quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

10 razões para o Senado rejeitar o PL 315/08

Fonte: Fumantes Unidos

1) O sistema brasileiro de controle do fumo já é um caso de sucesso.

Os números variam, mas todos apontam considerável queda no número de fumantes do Brasil nos últimos anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, de 1986 a 2007 o número de fumantes caiu de 35% para 23%. Uma pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), ligada ao Ministério da Saúde, aponta que, entre nos últimos 5 anos, o número de fumantes caiu de 20% para 16% do total da população. A legislação em vigor foi criada há apenas 13 anos, e diante desse número fica claro que não se pode de forma alguma considerá-la fracassada ou ultrapassada. Países que adotaram medidas mais restritivas e punitivas não têm obtido o mesmo sucesso -- nos EUA, os fumantes ainda são 25% da população.

2) A lei atual e os espaços separados já atendem aos não-fumantes.

Basta que a Lei 9.294/96 e o Decreto 2.018/96 sejam devidamente cumpridos e fiscalizados -- uma missão para o Executivo, e não para o Legislativo -- para que fumantes e não-fumantes sejam atendidos nos direitos que reivindicam. Em vários locais do país, como Brasília, a lei foi devidamente imposta e tem sido pacificamente e voluntariamente cumprida na maior parte dos estabelecimentos públicos e comerciais, evitando com sucesso e satisfação o incômodo e os alegados prejuízos aos não-fumantes. Não existe qualquer estudo, pesquisa ou estatística que mostre casos concretos de não-fumantes com a saúde realmente prejudicada pela existência desses espaços.

3) A constitucionalidade da proposta é discutivel.

A Advocacia Geral da União já emitiu parecer contrário às legislações da mesma estirpe adotadas em estados e municípios. O artigo 5º da Constituição de 1988 é claro: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". O PL é uma evidente afronta a tudo isso: trata o cidadão fumante de forma desigual e tira dele o direito à segurança ao literalmente jogá-lo no meio da rua. O inciso III do mesmo artigo ainda reza que "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante"; o inciso VI diz que "é inviolável a liberdade de consciência". A lei obrigaria o indivíduo a se retirar do convívio de suas companhias nos locais públicos e isso afronta o inciso XVI, que diz que "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização". E vários outros pontos podem ser evocados para mostrar que, na ótica da Constituição Cidadã, o PL 315/08 e todas as outras leis equivalentes beiram o absurdo.

4) Leis radicais contra o fumo estão sendo rejeitadas no exterior.

Nós últimos meses alguns países, como a Croácia, rechaçaram as repressivas medidas antifumo da União Européia em nome da soberania. A República Tcheca voltou atrás e aprovou lei que permite que cada estabelecimento se defina como "fumante" ou "não-fumante". Na Grã-Bretanha há uma forte pressão popular contra essas medidas. Acordos internacionais nunca estão acima das leis soberanas dos países que os subscrevem, e os signatários da Convenção Quadro de Controle do Tabagismo podem adotar dela apenas o que for conveniente para suas sociedades. Os Estados Unidos, maior nação por trás da Convenção e da OMS, adotam os itens da Convenção apenas parcialmente, assim como Japão, Suíça e Argentina. Outros tantos, como a Coréia, simplesmente rejeitaram o tratado.

5) O alegado prejuízo aos trabalhadores é argumento falacioso.

O FumantesUnidos.org entende que é justo e viável que os trabalhadores de áreas de atendimento a fumantes tenham amparo na lei e direitos especiais, como ocorre em várias outras profissões e setores que envolvem muito mais riscos, como a construção civil, a enfermagem, a segurança pública e a limpeza urbana. Os trabalhadores das áreas de fumantes podem ter direito a abonos salariais, planos de saúde patronais obrigatórios, escalas de trabalho com mais folgas e/ou menos carga horária e direito a optar por não trabalhar junto aos fumantes nos estabelecimentos. A proibição total é desnecessária. Os defensores de propostas radicais contra o fumo até hoje não apresentaram um só caso concreto de um garçom ou barman que tenha tido sérios problemas de saúde causados pela presença de fumantes em um estabelecimento comercial. Ademais, todo cidadão é livre para escolher o que quer ou não como trabalho. O maior prejuízo que esses trabalhadores temem, em realidade, é a perda de seus empregos. Nos dias 01 e 02 de setembro, a Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo) fez uma pesquisa em 90 estabelecimentos paulistanos e mostrou que a lei antifumo de SP causou uma queda de movimento de 38% nos bares, 22% nos pubs e casas noturnas, e 11% nos restaurantes.

6) Os fumantes NÃO são um peso na saúde pública.

Algumas entidades tentam jogar a sociedade contra os fumantes com esse argumento, mas a fria e objetiva matemática está aí para desmascarar a mentira. O FumantesUnidos.org analisou os orçamentos oficiais de 2006 e 2007 e comprovou que o fumante médio de 10 cigarros por dia paga, só em IPI sobre o fumo, 90,26% de todo o custo que ele representa para a saúde pública nas esferas federal, estadual e municipal. Uma pesquisa publicada em 30 de agosto de 2009 pelo jornal Washington Examiner mostrou que um não-fumante que viva sete anos a mais que um fumante representa para os cofres dos EUA um custo de US$ 100.000 a mais com saúde. Na mesma linha, o estudo “The Health Care Costs of Smoking” (Universidade Erasmus – Roterdã, Holanda), publicado pelo New England Journal of Medicine em 9 de outubro de 1997, chegou à seguinte conclusão, exposta no sumário da pesquisa: “Os custos de cuidados com a saúde para fumantes em uma certa idade são 40% maiores do que os custos com não-fumantes, mas em uma população em que ninguém fumasse os custos seriam 7% maiores entre os homens e 4% maiores entre as mulheres do que os custos na atual população mista de fumantes e não-fumantes. Se todos os fumantes parassem [de fumar], os custos com saúde seriam menores no começo, mas depois de 15 anos se tornariam maiores do que no presente". As "pesquisas" apresentadas pelas entidades antifumantes ignoram que, além do fumo, existem vários outros fatores que, quando somados, podem levar a doenças. E não apontam, obviamente, quanto dos impostos pagos pelos fumantes é de fato usado no tratamento de qualquer dessas doenças.

7) Não existe pressão pública contra os fumantes.

Os grupos de perseguição aos fumantes apresentam pesquisas dirigidas para apontar que a população é em maioria contra o fumo em espaços coletivos, mas não incluem nessas pesquisas a opinião dos cidadãos sobre a criação de espaços separados para fumantes nesses mesmos espaços coletivos. O site da Assembléia Legislativa do Paraná fez uma enquete sobre a criação de fumódromos nesses espaços e 52,7% dos participantes se disseram a favor da criação dos espaços. Toda a pressão feita sobre os legisladores por maiores restrições é feita por entidades específicas com evidentes interesses sobre o investimento público contra o fumo e por grupos de apoio a quem quer parar de fumar. São muitos os não-fumantes que consideram abusivas e desnecessárias as proibições totais. E é praticamente unânime entre todos os cidadãos que há questões muito mais urgentes a serem resolvidas, especialmente no âmbito da saúde pública.

8) O PL vai contra o princípio do respeito às minorias.

Trata-se de uma flagrante contradição legislativa. Movidos pelo conceito democrático de igualdade e fraternidade entre os cidadãos, os parlamentares brasileiros têm coerentemente aprovado leis e estatutos que garantem a minorias da sociedade o pleno exercício de seus direitos. A própria sociedade tem evoluído neste sentido, com conquistas importantes como o combate ao racismo e ao sexismo, a crescente tolerância aos homossexuais, a valorização aos idosos. Não há sentido e justificativa em criar-se, em pleno século 21, um sistema de castas para segregar os fumantes e os não-fumantes, permitindo a uns e proibindo a outros o acesso e a permanência em atividades sociais e espaços comerciais. É plenamente possível atender às duas partes com a criação de espaços separados nos mesmos recintos coletivos.

9) O livre arbítrio do cidadão consciente deve ser respeitado.

Com toda a informação hoje disponível e amplamente divulgada sobre os males do fumo, não se pode de forma alguma dizer que os fumantes são manipulados pela indústria, pela propaganda (que nem existe mais) ou por quem quer que seja. Quem fuma o faz com plena consciência e por motivos estritamente subjetivos e individuais. O livre-arbítrio de cada um em pesar prós e contras de qualquer coisa é que define todos os gostos, hábitos, preferências e prazeres que todas as pessoas têm. Não cabe a ninguém, nem mesmo ao Estado, violar o livre-arbítrio do cidadão com constrangimento, humilhação, segregação e punições. Se é válida a preocupação estatal com o combate ao tabagismo, que isso aconteça com campanhas educativas convincentes e com assistência a quem de fato quer ajuda para parar de fumar. Não por uma cassação de liberdades que apenas fere o livre-arbítrio de cada um e abre precedentes para invasões ainda mais amplas a direitos de todos os cidadãos.

10) As boas leis atendem TODA a sociedade.

Quando os cidadãos se sentem valorizados, tratados com igualdade e não têm seus direitos básicos prejudicados, tendem a obedecer a lei voluntariamente. Leis que impõem restrições e cargas excessivas tendem a ser burladas. Se é criada uma lei antifumo que afasta o consumidor e que não é bem vista pelo empresário, a lei tende a ser ignorada, e jamais haverá fiscais suficientes para reprimir esta tendência em todos os lugares. O legislador inteligente sabe que a boa lei é aquela que os cidadãos são dispostos a cumprir.


O FumantesUnidos.org é um site-movimento criado em 2008, aberto à sociedade, com o objetivo de defender a convivência pacífica e o respeito mútuo entre fumantes e não-fumantes. É mantido e alimentado somente por seus leitores e colaboradores de todo o Brasil, todos eles voluntários, e não tem qualquer vínculo comercial ou financeiro com a indústria ou o comércio do fumo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Notícia do Estadão de hoje: Até garçom fumante está menos intoxicado.

O Estado de São Paulo, quinta-feira, 10 de Dezembro de 2009

Estudo indica redução de 35,7% na concentração de monóxido de carbono no organismo de funcionários de bares que fumam.

Medições foram feitas antes da lei e 3 meses depois da lei (novembro) e apontam seguintes níveis:
garçons fumantes: de 14PPM p/ 9PPM
garçons não fumantes: de 7ppm para 3ppm
medições nos ambientes:
fechados: de 5PPM para 1PPM
parcialmente abertos: de 4PPM para 1PPM
abertos: de 3PPM para 1PPM

Pera lá: em ambientes parcialmente abertos e abertos??? A própria Luizemir Lago (Cratod) afirmou ser impossível avaliar isso devido à dispersão de poluentes... (em entrevista para o Estado de São Paulo - 05/2009 - Blitz caçafumaça usará "fumômetro")

Resolvi checar isso de perto.

Veja histórico da Cetesb quanto à concentração de monóxido de carbono neste ano (clique para baixar o arquivo pdf).
Antes da lei (inverno) - altíssimo, 3 meses depois, com as chuvas, o ar está limpo em todas as regiões de São Paulo.

A redução maior foi registrada em Taboão da Serra (54%) e a menor em Congonhas (26%).

A queda média nas 14 estações medidas foi de 41%.

O que este estudo revela, e é importante, é quanto a poluição de São Paulo afeta a saúde dos cidadãos - fumantes e não fumantes. E quanto esta informação tem sido sonegada da população.

Se uma pangaré como eu descobriu em pouco tempo de análise um "furo" tão grande como este, imaginem quantos erros descobririam os especialistas. Infelizmente São Paulo entrou na era da "fabricação" de estudos... Vamos ver quantos mais aparecerão.


Leia a reportagem na íntegra:
Até garçom fumante está menos intoxicado
Incor aponta redução de 35,7% na concentração de monóxido de carbono no organismo de funcionários de bares que fumam, após lei Fernanda Aranda
Até os pulmões dos garçons fumantes tiveram "trégua" dos efeitos da fumaça com a vigência da lei antifumo, indica a primeira pesquisa científica sobre a legislação vigente há quatro meses no Estado de São Paulo. Estudo feito pelo Instituto do Coração (Incor), divulgado ontem, mostra que o banimento do uso do cigarro em ambiente interno implicou redução de 35,7% na concentração do poluente mais nocivo do tabaco, o monóxido de carbono (CO), dentro do organismo de funcionários de bares, restaurantes e casas noturnas da capital paulista que têm o hábito de fumar.
No total, 200 profissionais que se declaram fumantes participaram do mapeamento sobre o impacto da lei na saúde. Antes da exigência dos ambientes completamente livres de cigarro - com a proibição até mesmo do fumódromo -, essa turma apresentou concentração média de 14 ppm no organismo (unidade de medida do CO). Doze semanas depois da norma estadual passar a valer, o índice do grupo caiu para 9 ppm. "Uma evidência contundente de que o próprio fumante não é imune à fumaça do tabaco que ele ou outra pessoa expele", afirmou a pneumologista e autora da pesquisa, Jaqueline Isa.
O levantamento contemplou também os garçons que nunca fumaram e, para os 200 pesquisados, a redução de CO foi de 57,1%, saindo de 7 ppm antes da lei para 3 ppm. Ou seja, antes eles tinham dosagem de monóxido semelhante a quem fuma até cinco cigarros por dia. Agora, voltaram a ter pulmão compatível ao de um morador de cidade grande que, mesmo sem fumar, sofre algum tipo de contaminação por causa da poluição veicular - como já atestou pesquisa do Laboratório de Poluição da USP.
Para fazer a pesquisa, o Incor firmou parceria com o Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CVS), uma das pastas responsáveis pela fiscalização da lei antifumo, com o intuito de que a coleta de dados fosse feita durante as blitze. Os garçons participantes foram escolhidos em 710 estabelecimentos do segmento noturno visitados pelos técnicos. As medições, afirma o Incor, foram realizadas antes da lei e três meses depois, sempre no mesmo dia da semana e no horário da primeira coleta.
Os funcionários sopraram um aparelho que mede a dosagem de CO, chamado de monoxímetro, durante o horário de trabalho, que coincide com a hora de lazer do paulistano. Por isso, também foi avaliada a qualidade ambiental dos locais. Nos ambientes fechados, a dosagem de monóxido passou de 5 ppm para 1 ppm. Nos parcialmente abertos, de 4 ppm para 1; nos abertos, de 3 para 1. "Conseguimos equalizar as concentrações nos locais com a lei", afirmou Jaqueline, ao ressaltar que antes da legislação 49 recintos, a maioria casas noturnas, estavam em situação crítica para CO, acima de 9 ppm, mais alta do que o escapamento de um caminhão, por exemplo.
Os resultados do Incor respondem pela primeira etapa da pesquisa - inédita na utilização do monoxímetro como marcador de mudanças. O próximo passo é mensurar se a legislação paulista terá interferência na mortalidade por enfartes e derrames, temas que já fazem parte da literatura científica internacional.
Em Paris, o Instituto Nacional de Prevenção concluiu que após um ano de lei antifumo francesa os casos de "pane no coração" caíram 15%. Em Nova York, pesquisa do Departamento de Saúde Pública atestou que as queixas de problemas respiratórios diminuíram em 88%. Em São Paulo, a expectativa é de que os mesmos efeitos sejam alcançados, até mesmo na população jovem, cada vez mais alvo de doenças fatais cardiovasculares. O Instituto Dante Pazzanese mostrou que em dois anos aumentou em 12% os casos de enfartes em quem tem menos de 40 anos. Um dos motivos é o tabagismo.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Sementes e Frutinhas

Enquanto o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admite falhas de atendimento do SUS para quem quer parar de fumar (Folha Cotidiano, 27/11/2009), o portal da Lei Antifumo Paulista orgulhosamente anuncia a sua solução:
Sementes e frutinhas, que compoem o "kit fissura" oferecido gratuitamente pelo Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas).
Lindo.

Comparação Entre Estados

No Portal da Lei Antifumo de São Paulo, a propagação das leis antifumo no país é mostrada orgulhosamente como uma "onda", cujo precursor seria nosso governador José Serra.
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará - a lista cresce no portal como se estes estados tivessem seguido o exemplo de São Paulo - ver.
O que se omite, no entanto, são as diferenças básicas entre as leis...

Estados Que Respeitam os Fumantes

Rio Grande do Sul
Fumódromos - sim
Tabacarias - Sim
Varandas - Sim

Minas Gerais
Fumódromos - sim
Tabacarias - Sim
Varandas - Sim

Ceará
Fumódromos - sim
Varandas - sim
Tabacarias - (não está especificado na lei)

Espírito Santo
(Regulamentação da Lei Federal)
Fumódromos - sim
Varandas - sim
Tabacarias - sim

Tocantins
Fumódromos - sim
Varandas - sim
Tabacarias - sim

Maranhão
Varandas - sim
Fumódromos - sim
tabacarias - (não está especificado na lei)

Santa Catarina
Varandas - sim
Fumódromos - sim
Tabacarias - sim
obs. é permitido fumar em bares e boates

Estados onde é permitido servir comida/bebida em Tabacarias:


Paraíba
Fumódromos - não
Varandas - não
tabacarias - sim

Roraima
Varandas - não
Fumódromos - não
tabacarias - sim

Paraná
Fumódromos - não
Varandas - não
Tabacarias - sim
obs. proibido fumar em veículos particulares com gestantes e crianças (não especificam o que fazer com a gestante fumante)

Rio de Janeiro
Fumódromos - não
Varandas - Não
Tabacarias - sim caso a receita gerada pelo tabaco for superior a 50% do total

Estados com Restrição Total

Rondonia
fumódromos - nao
Varandas - não
Tabacarias - não mencionadas na lei.
A multa recai sobre estabelecimentos e fumantes

São Paulo
Fumódromos - não
varandas - não
tabacarias - só pode vender produtos derivados do tabaco (proibido vender comida ou bebida)
Somente os estabelecimentos são multados

obs importantes:
  1. Garanto que todos os fumantes aprovam as restrições de RS, MG, CE, ES, TO, MA e SC - mais de 50% dos estados com lei antifumo sancionada.
  2. O único estado que se iguala a São Paulo no quesito "pioneirismo" e "modernidade" é Rondônia, que tem reenvindicado a paternidade da lei, pois ela vigora no estado desde outubro de 2008.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Aécio Neves sanciona lei que reconhece direitos de fumantes e donos de estabelecimentos

O Governador Aécio Neves sancionou ontem a Lei Antifumo em Minas Gerais.
Ao contrário da lei de Serra (imitada pelo Rio de Janeiro), a lei sancionada pelo governador de Minas Gerais reconhece a existência dos fumantes. Garante seus direitos, assim como os direitos dos donos dos estabelecimentos - negadas pelo governador paulista José Serra.

Diferenças entre a lei mineira e a lei paulista:

Minas: permite fumar em locais semi-abertos ("superfícies abertas em pelo menos um de seus lados, cobertas ou não, ainda que delimitadas em seus contorno")
São Paulo: só permite fumar em ambientes descobertos (com exceção às calçadas)

Minas: permite fumódromos em estabelecimentos com área superior a 100m2 (não pode exceder a 30%)
São Paulo: a lei de Serra extinguiu totalmente os fumódromos, mesmo aqueles frequentados exclusivamente por fumantes (fumódromos das empresas)

Minas: assegura às tabacarias o direito de atender seus clientes fumantes, desde que na porta haja um aviso sobre os males do fumo
São Paulo: a lei de Serra não permite às tabacarias servir bebidas ou comida aos fumantes

Minas: a multa pode ser transferida para o fumante caso seja provado que a infração foi provocada pelo cliente que desrespeitou as regras da casa
São Paulo: a lei de Serra responsabiliza exclusivamente aos estabelecimentos

Minas: os recursos arrecadados com as multas serão destinados ao Fundo Estadual de Saúde e aos Fundos Municipais de Saúde e serão aplicados em ações e serviços de saúde voltados para a prevenção e o tratamento do câncer
São Paulo: a lei de Serra não especifica para onde irão os recursos arrecadados com as multas

Percebam, não fumantes, como é possível legislar sem ferir os direitos dos cidadãos. São atitudes assim que os fumantes esperam. Ninguém quer "invadir", "impor sua fumaça", obrigar pessoas a fumar passivamente. Com boa vontade e tolerância é possível atender a todos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Gordo Demais Para Se Formar?

(Tradução de "Too Fat To Graduate? Lincoln University's BMI Requirement Causes Uproar")24/11/09

Estudantes da Universidade de Lincoln agora tem mais um obstáculo antes de se formar: perder peso. De acordo com a mais recente exigência, os estudantes niversitários com índice de massa corporal acima de 30 serão obrigados a frequentar aulas de educação física para poder receber seu diploma.O programa "Fitness para Vida" começou em 2006, mas este é o primeiro ano que seus efeitos serão sentidos. Nesta primavera, a nova exigência impedirá mas de 24 estudantes - todos negros - de se formarem.

A nova regra tem sido criticada por toda blogosfera, e não foi bem recebida pelo corpo estudantil.
"Qual é o sentido disso? O que a minha massa corporal tem a ver com meu desempenho acadêmico?" perguntou Dionard Henderson, um calouro. "Alguns estudantes no campus não entendem porque um determinado íncice de massa corporal deve ser uma exigência. Os prerrequisitos exigidos para graduação na faculdade não são suficientes?"

ver matéria em inglês (pdf)

sábado, 28 de novembro de 2009

Lei Antifumo não afeta venda de cigarros

Matéria publicada no jornal A Folha de São Paulo* relata que não houve queda significativa na venda de cigarros após a adoção das medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (aumento de impostos e ambientes livres de fumo).

Para a Secretaria de Fazenda a pequena queda registrada (4,2%) é apenas uma flutuação natural do mercado.
Comparando o período de janeiro a agosto a oscilação é ainda menor: -0,05%.

Segundo a chefe da divisão de controle de tabagismo do INCA, Tânia Cavalcante, isso acontece porque a queda foi muito acentuada nos últimos 20 anos (de 32% em 1989 para 16% em 2009) e fica difícil reduzir de forma rápida esse percentual.
O economista Roberto Iglesias (estuda o consumo de cigarros) acredita que em lugares com invernos pouco rigorosos as pessoas não se incomodam de sair na rua para fumar.

Ja a secretaria da Saúde do governo de São Paulo disse que o objetivo da medida é proteger os não fumantes...

Comentários...

  1. Como já disse exaustivamente, o Brasil está trocando uma estratégia de sucesso por uma outra comprovadamente falida. No nosso país, a lei federal contempla o direito de fumar em espaços segregados em empresas e estabelecimentos. O número de ex-fumantes, segundo o IBGE, supera o de fumantes** (17,2% e não 16% como iz Tânia Cavalcate). Os EUA, cujas leis estamos tentando imitar (iniciativa do Governador José Serra) teve um aumento do número de fumantes em 2008 (vide postagem anterior).
  2. São justamente os estados com invernos mais rigorosos que registram o maior número de fumantes (na região Sul 19% da população fuma).**
  3. Os fumantes não são uma preocupação para a Secretaria da Saúde do Governo de São Paulo e o Governador José Serra. Apesar do tabagismo ser uma doença classificada, gerando ações e investimentos em todos os países que adotaram leis que agora estão sendo copiadas por aqui, eles afirmam que a nossa lei só foi feita para proteger os não fumantes.*
  4. Se a lei paulista foi concebida apenas para proteger os não fumantes, porque não permitir nos antigos fumódromos das empresas (não frequentados por não fumantes) os equipamentos aprovados para locais de cultos religiosos e evitar demissões de funcionários fumantes?

* "Lei antifumo não provocou queda de venda de cigarro em SP" - Folha Online 24/11/2009
**"Número de ex-fumantes supera o de que ainda fumam, diz IBGE" - estadao.com.br 27/11/2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Números e mais números

"Taxa de fumantes nos EUA volta a superar 20% após 15 anos" - O Estado de São Paulo

A notícia publicada no Estadão em 12/11, relata que a taxa ficou um pouco abaixo de 21%. Comparada com a taxa de 19,8% de 2007, o aumento foi considerado "inexpressivo" pelo Centro Norte‐americano de Controle e Prevenção de Doenças.

Vamos ver o que é considerado "inexpressivo"...

  • A população estimada de adultos nos EUA é de cerca de 230 milhões.

  • A nova pesquisa diz que em 2008 a taxa ficou "pouco abaixo de 21%", contra 19,8% dos anos anteriores. Se este número for por volta de 20,8%, o aumento foi de 1 ponto percentual, ou seja, os EUA tem 2.3 MILHÕES de novos fumantes.

De fato, 2.3 MILHÕES de novos fumantes é um número totalmente "inexpressivo"...
Alguns números "expressivos":


  • Em 2005, cerca de 159 mil pessoas morreram nos EUA devido a cancer de pulmão.

  • Cerca de 143 mil eram fumantes, 16 mil não fumantes.

  • O mais alarmante e controvertido estudo nos EUA contabiliza 3 mil mortes anuais por câncer de pulmão em não fumantes devido ao fumo passivo (EPA - 1993).

  • Não se sabe as causas da incidência de câncer de pulmão nos demais não fumantes (13 mil).

Nota do eufumo:

O que a análise do CDA sobre esta pesquisa indica?
Ao desprezar o aumento do número de fumantes, o CDA novamente retira de foco o que deveria ser a maior preocupação de saúde pública: os próprios fumantes. São os fumantes os que correm maior risco com o tabagismo (85 a 90% dos acometidos por câncer de pulmão são fumantes).

Quais são as consequências da super-valorização dos efeitos do fumo passivo?

Ao supervalorizar o fumo passivo como causa de câncer de pulmão em não fumantes, alocando grandes fortunas para as campanhas, cerca 13 mil não fumantes vítimas desta doença morrem anualmente nos EUA sem que se estude e combata suas causas e formas de protegê-los contra esta doença.
Ler matéria do Estadão (pdf)

Obesos: As novas vítimas?

3 notícias publicadas pela BBC Brasil sinalizam quem será alvo da obsessão pela saúde no mundo.
"Aliás, apregoar o discurso epidemiológico – leia-se científico – como o único possível é uma forma de inculcar determinado tipo de raciocínio, que desconsidera a subjetividade humana ou, no mínimo, a joga para baixo do tapete." - Marcos Santos Ferreira - “Navegar é preciso, viver não é preciso”: risco no discurso da vida ativa (tese de doutorado)"


Casal obeso perde guarda dos filhos na Escócia
12/11/2009
Um casal obeso perdeu a guarda dos seus sete filhos na cidade britânica de Dundee, na Escócia, por, segundo os assistentes sociais, colocar em risco o bemestar das crianças. A maior parte das sete crianças – a mais nova tem poucas semanas de vida, e a mais velha, 13 anos de idade – também está acima do peso normal.
A mãe, de 40 anos, tem mais de 145 kg. O pai, de 53, pesa quase 115 kg. Segundo as autoridades, os nomes dos pais não foram revelados para proteger a identidade das crianças.
A Grã Bretanha parece estar liderando o ranking desse tipo de ação. No país de Gales, fumantes são proibidos de adotar crianças...
Ler matéria completa (pdf)

Adolescentes com amigos obesos podem ter ganho de peso, diz estudo
12/11/2009
Pesquisa da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, sugere que adolescentes que têm amigos obesos tendem a desenvolver problemas de peso.
A pesquisa, publicada na revista Economics and Human Biology descobriu uma forte ligação entre o peso dos adolescentes e o de seus amigos mais próximos. A partir daí, os pesquisadores descobriram que as amizades entre os adolescentes tendem a ser feitas em grupos, de acordo com o peso. Isto significa que os que estão acima do peso tendem a permanecer juntos.
Segundo os autores do estudo não é possível afirmar, a partir desta pesquisa, se adolescentes acima do peso influenciam os amigos para que eles também fiquem acima do peso ou se adolescentes obesos simplesmente escolhem ficar juntos.
Ora, se não é possível afirmar isso, porque publicar um estudo assim? Como se não bastasse a discriminação sofrida por crianças gordinhas na escola, ainda mais essa...
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Campanha contra obesidade em NY mostra refrigerante despejando copo de banha
12/11/2009
A estratégia da campanha é promover uma redução no consumo de refrigerantes usando a tática de chocar as pessoas com a força da imagem, que, no caso, vem acompanhada dos dizeres"Are You Pouring on the Pounds?" ("Você está derramando os quilos a mais?", em tradução livre).
Defensores das campanhas de saúde pública afirmam que os Estados Unidos estão vivendo hoje uma epidemia de obesidade que custa ao país US$ 147 bilhões por ano em gastos com saúde. De acordo com as últimas estatísticas do governo americano, 32.2% dos americanos adultos e 17.1% das crianças já são clinicamente obesos.
Ai ai ai, já ouvimos esta conversa antes
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Matérias publicadas pela BBC

NYT: Nicotina ou cocaína qual causa mais dependência?
C. Claiborne Ray The New York Times
18/09/2009
Pergunta: a dependência de nicotina é mais forte que a de cocaína?
Acreditase que as duas dependências envolvem rotas cerebrais similares. Segundo um estudo, a ânsia por ambas as drogas foi reduzida pela mecamilamina, uma droga usada para bloquear os efeitos de "recompensa" da nicotina.
Porém, um estudo de 2006, publicado no jornal "Addiction" por Jack E. Henningfield, pesquisador do Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos Estados Unidos, examinou a força das dependências através de várias medidas e concluiu que a dependência de nicotina não pode ser considerada mais forte que a de cocaína.
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Lei antifumo em Paris leva a aumento de queixas contra o barulho
Daniela Fernandes - Paris para a BBC Brasil
21/08/2009
A proibição de fumar em ambientes públicos fechados na França provocou o aumento das queixas contra o barulho causado à noite nas ruas por clientes de bares e restaurantes que fumam nas calçadas.
"As petições de moradores contra o barulho feito por clientes nas mesas ao ar livre vêm se multiplicando. Esse problema já existia antes, mas a lei antifumo agravou a situação", disse Thierry Ottaviani, presidente da Associação SOS Barulho em entrevista ao jornal Le Figaro.
Em ruas repletas de bares e restaurantes, muitos vizinhos pedem o fim dessas áreas com mesas ao ar livre, ocupadas principalmente por fumantes, afirma Ottaviani.
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Jovem tem overdose de chiclete de nicotina na GrãBretanha
BBC - Grã Bretanha
21/07/2009
Um adolescente britânico foi internado em um hospital por causa de uma overdose de nicotina depois de ter consumido dezenas de tabletes de chicletes antifumo.
Aiden Williams, de 14 anos, teria mascado entre 30 e 45 tabletes de 2 mg de nicotina em poucos minutos o equivalente a uma média entre 60 e 90 cigarros, segundo relatos da imprensa britânica.
Ele teria recebido os chicletes de um amigo fumante, que por sua vez se beneficiou da distribuição gratuita realizada pelo departamento de Educação para Drogas e Aconselhamento Confidencial (DECCA, na sigla em inglês) do conselho da cidade de
Sandwell.
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Textos da Home do eufumo

Fumo Passivo = Fumo Ativo?
Afirmar que respirar fumaça alheia é igual a fumar é irresponsável e leviano. Após o debate na MTV resolvi fazer o teste do "fumômetro", pelas mãos da 'mãe do assunto' - Jacqueline Issa, da Vigilância Sanitária. Enquanto os não-fumantes obtiveram valores entre 3 e 6ppm (o limite da zona de perigo é 10ppm), a minha medição deu 31ppm. Depois de 3 horas sem fumar.
Um garçom que foi um dos primeiros a ter o resultado divulgado na mídia (maio/2009), obteve um valor de 3ppm, mesmo trabalhando no meio de fumantes. Fumante é fumante. Não fumante, convivendo ou não com fumante, será sempre não fumante.

Fumo Passivo é 3a causa de morte evitável no MUNDO (OMS)
Quantas vezes você já leu/ouviu isso? Pois saiba que a Organização Mundial da Saúde nunca disse nada a respeito. Nem nas 342 páginas da mais recente publicação sobre controle de tabagismo.
É citada pelo INCA - Instituto Nacional do Câncer
e milhares de sites e reportagens que usam este órgão de referência como fonte, exemplo:
- Portal da Lei Antifumo paulista
- Assoc. Bras. de Estudos do Álcool e outras Drogas
- ACT - Aliança do Controle do Tabagismo
A informação divulgada pelo INCA deixa no mínimo uma margem de crédito aos cientistas que afirmam que o maior risco para a saúde são as afirmações irresponsáveis que geram ansiedade na população. Hyping Health Risks

Cigarros Eletrônicos
Quando surgiram os cigarros eletrônicos, pensei: vou esperar produzirem no Brasil para experimentá-los. Afinal, a certeza da disponibilidade do produto é fundamental para o viciado. Para os que não sabem, o cigarro eletrônico é a forma de reposição de nicotina que mais simula o cigarro tradicional. Não produz fumaça (apenas vapor limpinho). O único a receber a nicotina é o usuário. Resumindo: é o fim do "fumante passivo". E mais: os mais de 4000 elementos nocivos do cigarro tradicional foram eliminados.
Estudos americanos comprovam que são tão cancerígenos quanto os produtos farmacológicos a base de nicotina e não contém dietileno glicol (era a grande preocupação).
O cigarro eletrônico foi proibido no Brasil. Sorte dos fabricantes de cigarros e dos fabricantes de chicletes/patches de nicotina - jogada de mestre.

Plantação de fumo - porque não proibir?
Em primeiro lugar, foi uma das condições impostas pelo governo para assinar a Convenção-Quadro pelo Controle do Uso de Tabaco. Mas será só por isso? Além da poderosíssima indústria de cigarros, a indústria farmacêutica também precisa do tabaco para os chicletes de nicotina e patches. Antes de culpar o cigarro pelo flagelo dos fumicultores, lembrem-se que agora estes agricultores têm mais um cliente.
Os usuários, no entanto, continuam os mesmos.

Alerta nas embalagens de chicletes
Uma amiga grávida que havia parado de fumar mas mascava furiosamente chicletes de nicotina foi aconselhada pela obstetra a abandoná-los. Afinal, nicotina vicia, seja na forma de cigarros, fumo para mascar ou nos inocentes chicletinhos, anunciados dispudoradamente na TV. E o alerta na embalagem?

Cigarros mentolados
A Campanha Tobacco-Free Kids proibiu cigarros sabor de frutas e chocolate (americano adora inventar essas coisas). No entanto, os mentolados nem foram tocados. O mentol, com seu leve efeito anestésico, é um grande facilitador para as crianças começarem a fumar. Mas representam 20% do consumo nos EUA (os de fruta e chocolates representavam algo em torno de 1%).

No País de Gales, fumantes são proibidos de adotar crianças
Os orfanatos deste país devem ser maravilhosos.

Enxurrada de novembro

Resolvi de hoje em diante sincronizar as publicações site/blog. Por conta disso, hoje segue uma série de posts, principalmente porque este canal permite uma interatividade que o site, pelo seu formato, torna mais difícil.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nossa Posição sobre a lei antifumo

Quem já teve a curiosidade de ler a lei federal e a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (usada para justificar a lei antifumo paulista), entenderá o posicionamento de intelectuais, filósofos e pensadores com relação a lei de Serra.

A lei federal atende à Convenção Quadro.

A lei paulista não é a "lei que proíbe o fumo em ambientes fechados". Isto a lei federal já faz, restringindo o fumo a fumódromos isolados e com exaustão adequada.

Você pode dizer: "mas é uma esculhambação, o povo fumava em barzinhos, nas baladas, ninguém respeitava..."

Isto aconteceu não por falta de educação de fumantes ou por culpa de maus comerciantes. O responsável pela anulação da lei federal em São Paulo foi o prefeito Kassab, que assinou um decreto isentado casas noturnas e estabelecimentos menores de 100m2 da obrigação de ter fumódromos. Isso foi confirmado pela médica Jacqueline Issa - Vigilância Sanitária, momentos antes do debate da MTV.

Qual é, então, a novidade da lei paulista?
  • Elimina os fumódromos. Mas não todos. O fumo é permitido em ambientes fechados usados para cultos religiosos. Desde que sejam "adotadas condições de isolamento, ventilação ou exaustão do ar que impeçam a contaminação de ambientes protegidos por esta lei" (Artigo 6o). No entanto, os equipamentos aprovados no Artigo 6o da lei não servem para empresas ou estabelecimentos.
  • Muda o conceito de "ambiente fechado" abrangendo toldos e varandas.
  • Proíbe a venda de bebida e comida nas tabacarias (único local público onde é permitido fumar).
  • Manda o fumante fumar em casa.


Quanto, exatamente, a lei melhora a saúde do não fumante? Nada.

  • Não fumante não frequenta fumódromo.
  • Funcionários e fiéis continuam expostos em tabacarias e locais de culto religioso.
  • É impossível medir níveis em áreas semi-abertas (toldos e varandas) - tanto pela dispersão quanto pela provável interferência da poluição dos automóveis.
  • Aumenta a possibilidade de exposição pelas crianças: nas áreas comuns dos condomínios os fumódromos também são proibidos.

O que isso muda para o fumante? Tudo.

  • A intenção da lei é a de obrigá-lo a parar de fumar na marra, com custo zero para os cofres públicos;
  • Não há telefone para tratamento no portal da lei paulista (só o disque-denúncia);
  • A lista de espera para tratamento é de 8 meses;
  • Em breve os fiscais não serão necessários porque o cidadão comum vai substituí-los através dos mecanismos de denúncia;


O tabagismo está na classificação internacional de doenças. Como disse o Dr Celso Antonio, pneumologista do INCA, no debate da TV Câmara, "não ha o que discutir". Em todos os países signatários da Convenção Quadro o foco da saúde pública é o fumante.

A lei paulista, no entanto, taxa o fumante como agressor e incentiva a perseguição e a discriminação.

Uma vez que, se comparada à lei federal, não há benefícios para os não fumantes nesta lei, fica claro que a intenção do Governador Serra é impor a esta parcela da população um "comportamento saudável".

O argumento final de que o fumante gera despesas para a saúde não procede. Se fosse assim, outros comportamentos "não saudáveis" deveriam entrar na lista. E nenhum destes outros comportamentos gera ao governo os impostos arrecadados pelo fumo (só a Souza Cruz paga 5 bilhões de impostos por ano).

A lei paulista não protege os não fumantes. Porque não fumante, antes de ser não fumante, é um cidadão e esta lei dá ao Estado o poder de determinar como o cidadão deve se comportar com relação à sua saúde. É um precedente perigoso, e poucos estão se dando conta disso.


http://eufumo.com.br/publicacoes/decreto federal.pdf
http://eufumo.com.br/publicacoes/Decreto_Kassab.pdf
http://eufumo.com.br/publicacoes/legislacao.pdf
http://eufumo.com.br/publicacoes/ConvencaoQuadro.pdf

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Fumante: O Grande Otário

Nos últimos dias, incentivada pela participação em um programa cujo tema foi a lei Antifumo, tentei esclarecer algumas dúvidas:
  1. Porque não proíbem a plantação/produção de cigarros no Brasil?
  2. Quais os motivos da proibição do cigarro eletrônico (para quem não conhece, um cigarro falso, com cartuchos de nicotina, que simula o ato de fumar mas solta um vaporzinho ao invés da temida FAC - fumaça ambiental de cigarros). Contém os mesmos produtos químicos dos chicletes e patches. Porque não liberamos a sua fabricação no Brasil?
  3. Porque os chicletes de nicotina não contem o aviso de que a nicotina torna as pessoas dependentes? A nicotina de patches e chicletes é adquirida do mesmo produtor que fornece matéria prima para a fabricação de cigarros. Cada chiclete de nicotina contém 10X a dose de um cigarro “light”.
  4. Porque o FDA, na ânsia de manter as crianças longe do tabaco, não proibiu o cigarro mentolado, excluindo-o dos cigarros que atraem novos fumantes infantis?

Algumas respostas:
  1. A condição para o Brasil assinar a Convenção-Carta (aquela, famosa, para diminuir o consumo de tabaco no mundo) foi a de que ela não seria usada para proibir a plantação de fumo nem tampouco para atrapalhar o “livre comércio”.
  2. A produção de cigarros eletrônicos no país atrapalharia um pouquinho o negócio de cigarros tradicionais? E o negócio de reposição de nicotina? Como dizem nossos colegas do hemisfério Norte, Big Tobacco e Big Pharma felizes com a decisão.
  3. Será que a reposição de nicotina através de patches e chicletes seria recomendada se o produtor fosse a indústria tabagista? Eu certamente teria pensado nessa possibilidade nova de ganhar dinheiro caso o meu negócio estivesse ameaçado.
  4. A decisão sobre os cigarros mentolados, até agora estou tentando entender...

Francamente, como já disse antes, não vejo diferença nenhuma entre fabricantes de remédios e de cigarros. Um não vive sem o outro e o Governo não vive sem os dois.

Se os adolescentes tivessem de fato noção de perigo (eu não tinha), meu conselho seria: não fume. No mínimo, além dos prejuízos à saúde, você será refém do governo, das indústrias e de todos os profissionais que lucrarão em cima da sua tosse. E ninguém vai se preocupar com você.

Tentei achar no site da lei Antifumo algum link para os órgãos do governo que oferecem tratamento para o fumante. Em destaque, apenas o telefone para denúncias. Eles poderiam pelo menos disfarçar que a lei não é contra o fumante.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Enquete

Pretendemos encerrar nossa enquete em breve. Se você ainda não respondeu, participe e ajude-nos a avaliar...
http://www.eufumo.com.br/enquete.asp

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Pais Fumantes: o que dizer aos filhos?

Um dos maiores dilemas do fumante é com relação aos seus filhos, como orientá-los na questão de fumar.
O tabagismo é uma doença juvenil. A maioria dos fumantes iniciou o hábito na pré-adolescência ou adolescência.
Ciente dos riscos que correm ao fumar, a maioria não quer que os filhos sigam o mesmo caminho. Como abordar este assunto? Como lidar com o dilema de proibir crianças e adolescentes de fazer algo que nós mesmos fazemos, na maioria das vezes em casa e na presença deles, muitas vezes ignorando seus protestos e pedidos para deixarmos de fumar?
Pela lei de Serra, a partir de agosto isto acontecerá com uma frequência ainda maior. Não adianta "tapar o sol com a peneira": muitos fumantes continuarão a fumar apesar da lei. E agora, mais do que nunca, dentro de casa.
A probabilidade do seu filho fumar é muito maior do que o filho de um nãofumante. A Philip Morris EUA (Youth Smoking Prevention - 2007) fez um levantamento sobre jovens com idades entre 11 e 17 anos que disseram ter fumado pelo menos 1 cigarro em 30 dias - e o resultado: 16,1% disseram que sim. Destes, 11.6% eram filhos de pais fumantes, contra 4,7% de pais nãofumantes. Ou seja, crianças que têm pais fumantes tem um risco maior de se tornarem fumantes.
Saiba que você não está sozinho. E não se sinta hipócrita ao impedi-los de fumar. Eles são seus filhos, e você é quem dita as regras. Seja firme: não deixe que a culpa por fumar afete a sua autoridade. Está comprovado que quando os pais "abrem o jogo", as crianças têm maiores chances de não serem tabagistas no futuro.
O que você pode fazer:
  • Fale claramente porque eles não devem fumar, numa linguagem que eles entendam (não adianta falar dos perigos, melhor focar no cheiro, no hálito, nos dentes amarelados, na dificuldade que terão em arranjar namoradas/os )
  • Fale das consequências e seja claro que fumar é um hábito não aceito socialmente. Conte a sua história: porque começou a fumar, como é difícil para você abandonar o hábito, como isso tem afetado a sua saúde.
  • Muitas crianças e adolescentes pegaram seu primeiro cigarro de um maço dos pais. Não deixe-os jogados pela casa. Não facilite o acesso das crianças a eles.
  • Se você acha que o melhor caminho é proibir, faça isso. Com a autoridade de quem sabe o quanto fumar pode prejudicá-los no futuro. Proiba com a mesma autoridade que você usa para proibir que comam doces antes das refeições (mesmo que você faça isso de vez em quando). Alguns assuntos entre pais e filhos não seguem regras democráticas.
  • Fique atento. Preste atenção no cheiro de cigarro nas roupas dos seus filhos, no quarto. Lembre-se do que você fazia para esconder o cheiro dos seus pais (incensos, etc).
  • Se você planeja parar, lembre-se que adolescentes fumantes tendem a seguir esse exemplo dos pais.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Periodontite e a incidência em fumantes

daniela saba - ortodontista
Daniela Saba é a consultora do eufumo no tema odontologia.
Tire suas dúvidas sobre as matérias publicadas comentando este post.

"As doenças periodontais ou das gengivas, são uma das principais causas de perda de dentes em adultos (por amolecimento). Visitas regulares ao dentista são essenciais para manter a saúde das gengivas e para um diagnóstico e tratamento eficazes. O quanto antes forem diagnosticadas e tratadas, melhor e mais duradouro será o resultado do tratamento.

De um modo geral, a severidade da doença periodontal é maior em fumantes do que em não-fumantes. Os fumantes também respondem menos favoravelmente ao tratamento periodontal básico.


Muitos estudos sugerem que as diferenças entre fumantes e não fumantes deve-se à má higiene bucal, à qual está associada a maior quantidade de placa bacteriana, que por sua vez pode estar relacionada às condições psicológicas e comportamentais do fumante, interferindo nas condições de higiene bucal.

O fumante deve ter cuidados redobrados com sua higiene bucal e visitar o dentista regularmente. Assim será mais fácil evitar ou controlar as doenças da gengiva. A halitose causada pelos problemas na gengiva também pode ser evitada ou controlada.

A periodontite, infelizmente, requer controle ao longo dos anos, pois tem evolução muito lenta e, como toda doença, quanto mais precocemente for diagnosticada e tratada, melhores resultados apresentará, ou seja, não haverá perda de nenhum dente."

Leia mais no site http://www.eufumo.com.br/

Atividade física: antes de começar

Artur Malenoski é o consultor de atividade física do site http://www.eufumo.com.br/
Tire suas dúvidas sobre as matérias publicadas comentando este post.

Segundo orientação da Clínica Mayo, "Participar de uma atividade física vigorosa moderada pode reduzir os riscos de doenças cardíacas fatais. Se isto for combinado com outras medidas como manter um peso saudável, tanto melhor. A atividade física ajuda a controlar o peso e a reduzir as chances de desenvolver condições que prejudicam o coração como pressão alta, colesterol e diabetes. A atividade também reduz o stress, um dos fatores prejudiciais ao coração."
O professor Artur Malenoski fará uma série de artigos para orientá-lo(a) na questão da atividade física.
artur malenoski - consultoria desportiva

"Antes de iniciarmos nossas matérias com relação ao Fumante e sua Qualidade de Vida devemos estar cientes de que o tabagismo é responsável por aproximadamente 5 milhões de mortes ao ano e considerado pela Organização Mundial de Saúde a maior causa de morte evitável e de maior crescimento no mundo.

O que é Qualidade de Vida? Segundo a Organização Mundial de Saúde é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive, em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

leia mais sobre esta matéria e outras postadas pelo prof. Artur Malenoski no site http://www.eufumo.com.br/

Como a alimentação pode auxiliar na redução dos efeitos do cigarro

Espaço da Nutricionaista - Matérias sobre Nutrição publicadas no site eufumo

vívian elizabeth lia - Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica e Preventiva, atuante no Centro de Medicina Preventiva do Hospital Albert Einsten
dylea gaspar barros - Nutricionista, atuante no desenvolvimento de dietas e cardápios especiais para área clínica e cancerologia; diretora da área de nutrição da Empresa Bóia Fria Alimentos Congelados e Refrigerados Ltda.

Dyléa Gaspar Barros e Vívian Elizabeth Lia são consultoras do eufumo na área de nutrição.
Tire suas dúvidas sobre as matérias publicadas comentando este post.

"Uma alimentação planejada, saudável e com atenção especial aos fumantes, pode contribuir para sua saúde e qualidade de vida.

Fumar provoca uma produção excessiva de radicais livres, elementos químicos produzidos normalmente pelo nosso organismo. Quando em equilíbrio esses elementos são benéficos mas uma ação oxidativa excessiva provoca danos às células.

Uma alimentação rica em antioxidantes é a mais indicada, composta principalmente de hortaliças (verduras e legumes), frutas, alguns óleos e castanhas.Os ingredientes, principalmente os de origem vegetal, além de participar no combate aos radicais livres, são importantes fontes de substâncias protetoras do sistema imunológico, auxiliam em processos fisiológicos e compõem uma dieta nutricionalmente equilibrada."



Dieta para Fumantes

Esta orientação contém uma dieta balanceada como um todo: seus valores totais são adequados em macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais), fibras e água. A dieta privilegia o aumento de fontes de substâncias antioxidantes.

Vitaminas e Cartenóides
- As vitaminas C, E, A, o beta-caroteno e o licopeno são capazes de seqüestrar os radicais livres com grande eficiência. Os fumantes absorvem 30% menos vitamina C e devem repor esta carência através da ingestão de frutas como laranja, acerola, goiaba, e outras fontes.
A vitamina E encontra-se em grande quantidade nos óleos, tem a capacidade de impedir a propagação das reações em cadeia induzidas pelos radicais livres nas membranas biológicas. Juntamente com a vitamina C e os carotenóides, constitui um dos principais mecanismos da defesa do organismo.
A vitamina A é um fator importante no crescimento e na diferenciação celular e o beta-caroteno, mais importante precursor da vitamina A e possui ação antioxidante.

Minerais - O Selênio e o Zinco são freqüentemente mencionados na literatura como minerais antioxidantes envolvidos nos mecanismos celulares de defesa contra os radicais livres. Níveis reduzidos de selênio, nas células e tecidos têm como conseqüência concentrações menores de enzimas antioxidantes, resultando em maior suscetibilidade das células e do organismo aos danos oxidativos induzidos pelos radicais livres.

Flavonóides - Entre os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos e freqüentemente encontrados são os compostos fenólicos, tais como os flavonóides. As propriedades benéficas desses compostos podem ser atribuídas à sua capacidade de seqüestrar os radicais livres. O ácido elágico, exemplo de um flavonóide, encontrado principalmente na uva, morango e nozes, tem sido efetivo na prevenção do desenvolvimento do câncer, pois ajuda a conservar as membranas celulares.

Dicas e Sugestão de cardápio

  • Substituia o café por chá verde
  • Substituia o molho branco por molhos à base de tomate.
  • Consuma mais frutas (3 a 5 porções/dia) dando preferência àquelas ricas em antioxidantes (quadro).
  • Troque refrigerantes por sucos de frutas ricas em vitamina C, licopeno e flavonóides (quadro)
  • Consuma bastante água durante o dia (no mínimo 1,5 litros /dia - fracionados).
  • Faça pequenos lanches entre as refeições ( frutas, castanha do pará ou nozes, etc). Dica: pequenos lanches e volumes ajudam a acelerar o seu metabolismo.
  • Consuma fibras utilizando cereais integrais (barra de cereais, pães integrais, arroz integral, vegetais folhosos, legumes e frutas cruas) para regularizar o funcionamento intestinal e beneficiar o metabolismo.
  • Sempre iniciar as refeições com saladas de vegetais escuros, tomate, e legumes de cor laranja e amarela (quadro).
  • Inclua também no prato principal os vegetais de cores verdes escuros, laranja ou alaranjados ou vermelhos - grelhados, refogados, cozidos no vapor ou como purês ou souflês.
  • Na refeição principal inclua sempre 1 porção (100 a 150g) de proteína saudável (peixes, aves e carnes magras).
  • Inclua as sopas de vegetais ou de leguminosas como uma opção de refeição em seu cardápio. Principalmente as sopas de vegetais ricos em antioxidantes (sopa de abóbora com carne, sopa de legumes mistos, consomê de tomate ou cenoura, caldo verde, etc).
Exemplo de um cardápio saudável

Desjejum
1 porção de frutas (quadro)
1 xíc. de leite ou de vitamina de leite c/ frutas (quadro)
1 fatia de pão integral
1 fatia média de queijo branco

Lanche da Manhã
1 porção de fruta (quadro) ou 1 barra de cereais ou 2 castanhas do Pará

Almoço
1 porção de Salada (folhas verde-escuras, tomate e legumes, de preferência crus. Pode ser enriquecida com nozes ou lascas de frutas - manga, morango.).
1 porção de arroz integral (3 colheres de sopa)
1 porção de feijão ou lentilha (2 colheres de sopa)
1 porção de proteína (Carne bovina magra, filé de frango ou peixe - grelhados, assados, cozidos ou refogados)
1 porção de vegetais (cenoura, brócolis, abóbora, couve , escarola etc)
1 fruta (ou 1 cacho de uva médio, 1 porção de morango)

Lanche da Tarde
1 copo (300 ml) de iogurte natural com granola ou vitamina de frutas (quadro)

Jantar
Salada de grãos integrais com vegetais folhosos. (mix de trigo em grão, aveia em grão, cevadinha, arroz negro ou selvagem, servidos com folhas e temperos)
1 porção de proteína (1 filé de peixe grelhado ou ao molho de espinafre).
1 porção de legumes ou tubérculo (purê de abóbora, de mandioquinha, inhame, batata).
1 fatia média de fruta (quadro).

Ceia
1 Copo de suco de frutas (quadro)
3 torradas integrais ou biscoitos integrais.

DICAS:
1. Substituir jantar por sopas de vegetais/leguminosas, enriquecidas com proteína;
2. Variar os lanches entre as refeições;
3. Usar azeite extra virgem - 1 colher de chá por refeição (5g/dia);
4. Óleo na preparação: 2 colheres de sobremesa (10g/dia);

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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Fumantes Passivas Chinesas

Em maio de 2007, a OMS afirmou: "A morte de fumantes passivas chinesas por câncer de pulmão e isquemia do coração iguala à das fumantes". (Stop Untruths WHO tells the Tobacco Industry - PDF)

A fumaça ambiental de cigarros contém componentes que são carcinogenicos tipo A. Esta afirmação é inquestionável e comprovada cientificamente.

A polêmica está na concentração dos componentes e quanto ela afeta a saude do não-fumante - o consumo pode variar de 7 a 73 cigarros por ano (as medições usam métodos diferentes).

O critério adotado de que qualquer nível de exposição tem o poder de matar o não-fumante ("Não ha índices seguros de exposição de fumaça ambiental de cigarros"), encerrou a questão, anulando tentativas de minimizar a exposição ("filtros são estratégia da Indústria Tabagista" - pdf)

Voltando às fumantes passivas chinesas... A própria OMS, em "Fuel for Life - Poluição Ambiental Interna" (pdf), atribui os índices de câncer de pulmão em mulheres não-fumantes à poluição interna resultante da queima de combustíveis sólidos de fogões e sistemas de aquecimento usados em países subdesenvolvidos (incluindo a China). Eles liberam elementos cancerígenos equivalentes ao fumo de 2 maços de cigarro por dia. As mulheres (a maioria não-fumante) são as mais afetadas.

Estudo sobre "lareiras e fogões a lenha" (pdf) nos EUA, indicado pela EPA, realizado pelo Washington State Department of Ecology: a duração da ação química de radicais livres da fumaça de madeira é 60 vezes maior que da fumaça de cigarros. Os mesmos elementos cancerígenos, em maior volume, promovem riscos 12 vezes maiores.
Obs. Neste caso, OMS e a EPA sugerem "ventilação e filtros" (pdf) como uma das 3 alternativas para diminuir a concentração dos componentes.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Bemvindos ao eufumo

bemvindos ao eufumo...

As estatísticas sobre fumantes tem várias interpretações:

  • órgãos de saúde: somos seres em franca extinção
  • indústria farmacêutica e indústria de tabaco: nosso número justifica o investimento em pesquisas e novos produtos.
  • escritores, palestrantes e todos os profissionais que ganham a vida tentando nos fazer parar de fumar: usam os mesmos números das indústrias.

"O fumante deve se tornar um ex-fumante."

Enquanto isso não acontece, somos apenas a base da pirâmide desta cadeia alimentar, privados de orientação e cuidados.

Este espaço tentará usar a nosso favor as pesquisas e estudos que ajudamos a sustentar. Buscamos dados que podem ajudar-nos, enquanto fumantes, a ter uma melhor qualidade de vida. Para isso também contamos com a contribuição de profissionais dispostos a nos orientar em diversas áreas.

Procuramos também oferecer opções para melhorar a vida daqueles que aceitam a nossa escolha de não parar já mas tem que conviver com a incômoda fumacinha.

Você quer parar? Também encontrará orientação. Mas não espere números assustadores, estatísticas distorcidas, imagens de caveirinhas ou de criancinhas chorando. Somos todos adultos e aqui esse assunto será abordado com seriedade.

Fumantes e simpatizantes, sejam bemvindos ao eufumo!

visite nosso site: www.eufumo.com.br