quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Fumante: O Grande Otário

Nos últimos dias, incentivada pela participação em um programa cujo tema foi a lei Antifumo, tentei esclarecer algumas dúvidas:
  1. Porque não proíbem a plantação/produção de cigarros no Brasil?
  2. Quais os motivos da proibição do cigarro eletrônico (para quem não conhece, um cigarro falso, com cartuchos de nicotina, que simula o ato de fumar mas solta um vaporzinho ao invés da temida FAC - fumaça ambiental de cigarros). Contém os mesmos produtos químicos dos chicletes e patches. Porque não liberamos a sua fabricação no Brasil?
  3. Porque os chicletes de nicotina não contem o aviso de que a nicotina torna as pessoas dependentes? A nicotina de patches e chicletes é adquirida do mesmo produtor que fornece matéria prima para a fabricação de cigarros. Cada chiclete de nicotina contém 10X a dose de um cigarro “light”.
  4. Porque o FDA, na ânsia de manter as crianças longe do tabaco, não proibiu o cigarro mentolado, excluindo-o dos cigarros que atraem novos fumantes infantis?

Algumas respostas:
  1. A condição para o Brasil assinar a Convenção-Carta (aquela, famosa, para diminuir o consumo de tabaco no mundo) foi a de que ela não seria usada para proibir a plantação de fumo nem tampouco para atrapalhar o “livre comércio”.
  2. A produção de cigarros eletrônicos no país atrapalharia um pouquinho o negócio de cigarros tradicionais? E o negócio de reposição de nicotina? Como dizem nossos colegas do hemisfério Norte, Big Tobacco e Big Pharma felizes com a decisão.
  3. Será que a reposição de nicotina através de patches e chicletes seria recomendada se o produtor fosse a indústria tabagista? Eu certamente teria pensado nessa possibilidade nova de ganhar dinheiro caso o meu negócio estivesse ameaçado.
  4. A decisão sobre os cigarros mentolados, até agora estou tentando entender...

Francamente, como já disse antes, não vejo diferença nenhuma entre fabricantes de remédios e de cigarros. Um não vive sem o outro e o Governo não vive sem os dois.

Se os adolescentes tivessem de fato noção de perigo (eu não tinha), meu conselho seria: não fume. No mínimo, além dos prejuízos à saúde, você será refém do governo, das indústrias e de todos os profissionais que lucrarão em cima da sua tosse. E ninguém vai se preocupar com você.

Tentei achar no site da lei Antifumo algum link para os órgãos do governo que oferecem tratamento para o fumante. Em destaque, apenas o telefone para denúncias. Eles poderiam pelo menos disfarçar que a lei não é contra o fumante.